quinta-feira, 21 de outubro de 2010

4º Dia da XI Semana de Espiritualidade em BH - Fotos e textos














ESQUEMA UTILIZADO PELO Pe. EUGÊNIO, HOJE EM SUA COLOCAÇÃO.

  • QUINTA-FEIRA: “Escutar Deus na comunidade” (sentido: audição)
Temática: Santa Teresa: discípula, missionária e reformadora do Carmelo. 
PALESTRANTE: Pe. Eugênio Barbosa Martins, SSS

Escutar Deus na Comunidade (sentido audição)

Santa Teresa: Discípula, missionária e reformadora do Carmelo

1. Realidade – Desafios da vida em Comunidade: - o que estamos escutando na realidade que estamos vivendo?

a)               Cultura narcísica – “cada uma olha a realidade a partir de onde estão seus pés”. Ex. Sogra – nora com câncer: Meu filho não merecia isto!
Escriba – quem é meu próximo – Samaritano: De quem você se faz próximo
b)              Cultura consumista, exteriorizada, marcada pela aparência.
Comunidade Cristã – opção pelo Reino – Reino é dos pobres. Ex. Gálatas: Paulo e Barnabé = Pedro e Tiago: mantém a unidade no testemunho com os pobres
c)               Enfermidades – “da alma” – psíquicas –
Pessoas imaturas = não refizeram, no caminho da vida, as relações de projeção e dependência com pai e mãe. Na relação comunitária estaremos sempre fazendo projeções = matriz dos relacionamentos pai e mãe. Se não tomamos consciência disso, comprometemos as relações comunitárias. Comunidade: lugar de irmãos e irmãs e não de pai e filhos, mãe e filhos.
d)              A impermanecia – a comunidade nunca estará pronta, mas sempre em construção. Não somos os mesmos sempre e cada pessoa que chega ou se ausenta, já provoca uma mudança na comunidade – alguns se cansam disto!!!


2. Referência da comunidade de Jesus: contemplando Jesus, o que escutamos da sua comunidade?

a)   somos chamados/eleitos. O que nos une: laços de fé e não de sangue familiar. O laço de sangue que nos une é o de Cristo na eucaristia, que supõe a experiência da fé
b)  somos únicos e irrepetíveis – acolhemos a presença do Senhor em cada traço único que ele deixou em cada pessoa. Isto só é possível quando o reconhecimento desta identidade única em mim for primeiro acolhida e valorizada. Gera um comportamento ético profundo.
c)   Trato com as pessoas – pode ser iluminado pelo método de Jesus no relacionamento com a sua comunidade X com seus adversários.
d)  Escutamos Deus no acolhimento da realidade de cada pessoa
e)   Comunidade: lugar do exercício do serviço – Jo 13,1-17 e Lc 22
f)    Comunidade: lugar da experiência da ressurreição – ver o ressuscitado... Jo 20
g)  Comunidade: lugar da vivência da missão – que dá frutos quando é resultado da escuta da Palavra do Senhor e não de personalismos – Jo 21


3. Em Santa Teresa: o que podemos perceber da escuta que Teresa fez de Deus na construção da vida comunitária?

a)         Consciência do tempo presente que nos é dado para viver na intensidade como colaboradores na construção de uma realidade mais próxima do desejo de Deus: “não nos contentemos com menos.. não deixemos nada por fazer”. Esta afirmação vem de quem se sente profundamente amada por Deus, portanto não é compreendida como obrigação/necessidade, mas por profundo sentimento de gratidão. – Desejo!
b)        Qual o caminho para esta prontidão? – empenho para ter uma disposição pessoal, partindo da consciência de sua unicidade e ser conseqüente com a própria vocação. Base para garantia de um futuro.
c)         Consciente de seus desafios internos, abre-se para uma vivência comunitária que, para chegar a ser realmente saudável, não poderá ficar voltada para si mesmo, mas aberta à Igreja e ao mundo. Diante dos grandes desafios da Igreja e da sociedade, os seus pequenos e legítimos problemas têm de passar para um segundo plano. “Não é tempo de tratar com Deus negócios de pouca monta” – Esta é a vossa vocação, estes devem ser os vossos negócios”.
d)        Característica da comunidade que acolhe a presença do Senhor, consciente de ter sido chamada por ele: estamos juntos porque ele nos quis. (Mc 3). Na intimidade da presença o Senhor vem para estar conosco, comer conosco e recrear conosco.
e)         Características de quem compreendeu e acolheu a vida comunitária como fundamento no chamado do Senhor: amor mútuo, autonomia no relacionamento com as pessoas, evitando apegos e dependências, humildade. Características estas presentes na forma que o próprio Jesus construiu a comunidade com seus discípulos. Assim sendo, é fundamental que vivamos sujeitos a Jesus, atentos a Ele, centrados n’Ele, recolhidos n’Ele = sós com ele só!
f)          Uma inspiração profunda para que a comunidade alimente sua verdadeira identidade: Darmo-nos todos ao todo sem fazermos partilha – deixar tudo e todos juntos nos oferecermos a Deus em oferta agradável – sacrifício. Sintonia de interesses na construção comunitária: quais as reais motivações que me fazem escolher a vida comunitária? Estou consciente de que não poderei retomar ao útero? Comunidade como lugar de proteção!! Uma consciência clara que a somatória das unicidades é que dará a verdadeira identidade comunitária onde o Cristo pode ser tudo em todos. – Esta casa é um céu para quem se contenta só de contentar a Deus e não faz casa do seu próprio contentamento. – para enfrentar a cultura narcísica!
g)        Imagem da comunidade como nova família: os novos parentes são “os que só vos quiserem por Ele”. Se nos dividimos em grupinhos, expulsamos o Esposo de casa. Volta a reflexão dos laços de sangue e laços de fé!
h)        O amor fraterno partilha-se e exprime-se em clima de oração. A comunicação da experiência pessoal faz crescer o amor. O amor cresce quando ele é partilhado – antídoto para vencermos a privatização da experiência de Deus – vence também o medo do comprometimento, pois a partilha/fala nos expõe e nos compromete.
i)           Um aspecto que gera a saúde da comunidade: suavidade e descanso. Podemos compreender como a maturidade das relações, que não serão de competição, mas gentileza e serviço mútuo gerarão a suavidade expressa por Teresa. “De quem eu me faço próximo??”.
Numa cultura do ativismo e da necessidade do produzir sempre, o tempo da gratuidade, do descanso fica diminuído. Pessoas estressadas, angustiadas e infelizes. Teresa deseja comunidades com poucas leis.

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